Na minha eterna busca de entender o ser humano, de ouvir e tentar compreender o por quê das coisas estarem como estão, o por quê de tudo ser como é; Encontro cada vez mais enigmas que ainda não sei se um dia serei capaz de decifrar.
Tantas pessoas diferentes convivem e muitas vezes mantém um relacionamento, que pode quebrar barreiras de personalidade, credo, preconceito e o mais importante, quebrar tantas barreiras à ponto de contradizer uma personalidade.
Mas enfim, o que é contradizer a personalidade?
Poucas pessoas no mundo, podem ter a propriedade de dizer claramente que possuem uma personalidade definida e coesa.
Dessas poucas, conheço ínfimas, todas por regra se contradizem.
Seja ao se relacionar, seja ao se expressar e até formando opinião.
Este raciocínio pode não estar seguindo uma linha, mas vou exemplificar.
É como se você fosse todo cheio de si, convincentemente "o cara" sempre tentando impressionar todo mundo, sempre com piadas inteligentes, comentários irrevogáveis, sempre perfeito no uso da palavra e da neurolinguística, resumindo, sem dar bols foras. Uma pessoa assim, facilmente se enquadra em qualquer grupo de amigos, qualquer roda de violão e qualquer festinha de jovens.
Este cara, é convicto de seus preceitos, de suas atitudes, sabe como fazer e por que fazer dessa maneira. Conhece tudo e todos, é um ótimo ouvinte, sempre falando exatamente o que o interlocutor deseja ouvir.
Este é o amigo perfeito, atencioso, engraçado e está lá quando você precisa, nunca lhe negou um favor e está sempre disposto a te ouvir, tentar te compreender e lhe dar um bom conselho, (não que algum dia na vida eu tenha considerado "conselho" de alguma valia, mas isso é assunto pra outra hora) porém, nunca ninguém buscou entendê-lo. Nenhum dia de sua vida, ele buscou ser retribuido em tudo o que fazia, era esse o seu feitio.
Mas eis que um dia, por um lance de dados do destino, encontrou a pessoa perfeita.
E nesse momento não era mais o falador, cheio de si. Era submisso. Incompreendido. Incompreenssível, mutas vezes sem palavras. O que era simples passou a ser imperfeito, volúvel e intolerável.
Conversava com as mesmas pessoas, porém não sabia o que dizer.
Não teve paciência para quem sempre lhe dera a mão.
Queria sua alma gêmea, queria aquela mulher que falava da mesma maneira que ele, queria que ela o ouvisse, mas não tinha o que falar.
Queria estar ao lado dela, mas quando estava, ficava calado, sofria em pensamento.
Sabia que o destino tinha escrito sua história, mas imaginava que ela seria diferente, não pensava, não tinha reação para fazer com que sua concubina dos sonhos, notasse nele algo diferente.
O tempo passa, quando está longe dela, afloram pensamentos, afloram devaneios, porém ele descobre que de certa maneira, seu jeito calado, tímido, despertou o interesse de outras pessoas.
E nessa hora, quem não gostava/queria o reconhecimento por seus feitos, espera isso de todos que o rodeiam e se não é o centro das atenções não vive. VEGETA.
Cadê a personalidade do personagem neste momento? Seu "eu" interior se perdeu por outra pessoa, sua vida que era fácil, se torna uma eterna dependência da opinião alheia.
Isso não é corriqueiro e também não é uma atitude louvável.
Gostaria de saber, de compreender esta contradição.
Você pode mudar muitas coisas na vida.
Mas existem coisas que você não deve mudar. Não mude.
Você já pensou em tentar por mais uma vez,
achar outro alguém que lhe queira também,
não é todo rio que tem um mar pra se encontrar
da pra evaporar, e encontrá-lo através do ar.
domingo, 3 de abril de 2011
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